#85. estamos condenados ao presente infinito? todo mundo na correria, mas sem sair do lugar. como formar nossas memórias? revelado: para onde vai o money de assinaturas. livros & links.
Como você joga essa indicação-bomba sobre pássaros assim? As lágrimas rolaram aqui instantaneamente ao ler os dois parágrafos sobre os pássaros que não cantam mais. Estava com a minha filha na sala e ela disse "nem lê em voz alta que nem quero saber, você tá vermelha!" Rsrsrs :/
pois é, eu achei a coisa mais linda aquele artigo, fiquei com muita vontade de ler mais sobre natureza, sinto que nela estão várias repostas que a gente busca <3
Achava que só eu vivia essa sensação de presente contínuo, expandindo rsrs. Atribuía a minha pouca capacidade de reter informação/memória ao stress e etc.
O texto da semana passada e este são exatamente o que sinto colocados em palavras exatas.
nossa, exatamente isso que sinto, de presente contínuo. acho que tem muito a ver com a experiência da pandemia, acho que as coisas ainda não se reorganizaram - e nem sei se vão, então meio que desapeguei dessa expectativa, mas sigo com alguma esperança <3
uaaaau, que dica boa! eu amo a outras palavras e é capaz de já ter lido, mas vou conferir de novo à luz dos sentimentos de hoje. tem uns textos que o tempo deixa ainda melhores né <3
O seu comentário sobre a incapacidade de criar memórias me lembrou de um trecho de Caro Michele, da Natalia Ginzburg:
"Os rapazes de hoje não têm memória e, sobretudo, não a cultivam, e você sabe que Michele também não tinha memória, ou melhor, não se convencia jamais a absorvê-la e a cultivá-la. Entre os que cultivam as lembranças talvez ainda estejamos você, sua mãe e eu, você por temperamento, eu e sua mãe por temperamento e porque na nossa vida atual não há nada que valha os lugares e os instantes encontrados durante o percurso. Enquanto eu vivia ou via esses instantes ou esses lugares, eles tinham um esplendor extraordinário, mas por eu saber que me dedicaria a recordá-los. Sempre me magoou profundamente que Michele não quisesse ou não pudesse conhecer esse esplendor, e seguisse adiante sem jamais virar a cabeça para trás. Porém, creio que, sem saber, ele contemplasse esse esplendor dentro de mim. E muitas vezes pensei que (...) talvez ele tenha conhecido e percorrido num relance todos os caminhos da memória, e esse pensamento é para mim um consolo, porque nos consolamos com nada quando não temos mais nada, e até mesmo ter visto naquela cozinha aquela blusa esfarrapada que não recolhi foi para mim um estranho, gélido, desolado consolo."
nossa, gabi, que trecho LINDO. "Enquanto eu vivia ou via esses instantes ou esses lugares, eles tinham um esplendor extraordinário, mas por eu saber que me dedicaria a recordá-los.". muito obrigada! fiquei imediatamente com vontade de ler tudo.
eu só li um livro da natalia, o léxico familiar, e não gostei tanto na época. mas esse livro vou tentar e de repente seja uma experiência nova com a autora - que é muuuito incrivel. <3
Adorei essa reflexão do tempo. Eu sinto também que o tempo, que virou um só durante a quarentena, se mantém num lugar só. O tal do presentismo, um excesso de presente que tem nos adoecido. Concordo sobre essa falta de futuro. Eu que sempre olhei pra ele, tenho deixado de vê-lo há tempos, o que me causa uma gastura.
Adorei a ideia dos cursos. Eu tenho feito alguns, mas infelizmente os que eu mais gostaria de fazer são em horários impraticáveis aqui e eu acho sem graça “assistir gravado depois”.
nossa, exatamente. no texto esqueci de comentar sobre pandemia, e de fato acho que ela foi um fenômeno que agravou muito nossa relação com o tempo. porque ele continua igual, até onde sabemos hehehe, mas a relação ficou totalmente bugada - e como é frustrante às vezes não saber navegar no tempo. não sei se é uma particularidade da nossa geração ou se outras épocas já enfrentaram isso. mas o presentismo anda sufocante. daí a tentativa de fazer alguns cursos que não tenham a ver diretamente com trabalho ou com desenvolvimento, mas que me deem a sensação de um presente mais rico, mais reflexivo, mais vivido, com coisas que me geram mais significados <3
aaaaaaaaaa quem mandou termos '' consciencia '' da passagem do tempo? assim vivemos aflitos achando que algo nos escapa quando nao existe tal pretensão... amei <3
é uma das grandes sensações compartilhadas hoje por quem tem redes sociais, né. esse sentimento de estar perdendo algo, de deixar algo escapar, lamentando que sempre é tudo tão efêmero. e nessa preocupação a gente acaba realmente aproveitando pouco as coisas, às vezes. meu deus, como a gente complica tudooo ahahaha <3
Como você joga essa indicação-bomba sobre pássaros assim? As lágrimas rolaram aqui instantaneamente ao ler os dois parágrafos sobre os pássaros que não cantam mais. Estava com a minha filha na sala e ela disse "nem lê em voz alta que nem quero saber, você tá vermelha!" Rsrsrs :/
ownnn
pois é, eu achei a coisa mais linda aquele artigo, fiquei com muita vontade de ler mais sobre natureza, sinto que nela estão várias repostas que a gente busca <3
Já quero muito ler esse livro de contos! Obrigada pela dica Lu
Depois me conta ♥️♥️♥️
Achava que só eu vivia essa sensação de presente contínuo, expandindo rsrs. Atribuía a minha pouca capacidade de reter informação/memória ao stress e etc.
O texto da semana passada e este são exatamente o que sinto colocados em palavras exatas.
Me lembrei de Cazuza, "O tempo não para.."
nossa, exatamente isso que sinto, de presente contínuo. acho que tem muito a ver com a experiência da pandemia, acho que as coisas ainda não se reorganizaram - e nem sei se vão, então meio que desapeguei dessa expectativa, mas sigo com alguma esperança <3
Lucianaaa sua reflexão sobre o tempo me lembrou muito esse texto que li na pandemia e pirou meu cabeção, acho que vc vai gostar!!! https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/para-recuperar-o-tempo-e-o-corpos-perdidos/ amei sua news :*
uaaaau, que dica boa! eu amo a outras palavras e é capaz de já ter lido, mas vou conferir de novo à luz dos sentimentos de hoje. tem uns textos que o tempo deixa ainda melhores né <3
O seu comentário sobre a incapacidade de criar memórias me lembrou de um trecho de Caro Michele, da Natalia Ginzburg:
"Os rapazes de hoje não têm memória e, sobretudo, não a cultivam, e você sabe que Michele também não tinha memória, ou melhor, não se convencia jamais a absorvê-la e a cultivá-la. Entre os que cultivam as lembranças talvez ainda estejamos você, sua mãe e eu, você por temperamento, eu e sua mãe por temperamento e porque na nossa vida atual não há nada que valha os lugares e os instantes encontrados durante o percurso. Enquanto eu vivia ou via esses instantes ou esses lugares, eles tinham um esplendor extraordinário, mas por eu saber que me dedicaria a recordá-los. Sempre me magoou profundamente que Michele não quisesse ou não pudesse conhecer esse esplendor, e seguisse adiante sem jamais virar a cabeça para trás. Porém, creio que, sem saber, ele contemplasse esse esplendor dentro de mim. E muitas vezes pensei que (...) talvez ele tenha conhecido e percorrido num relance todos os caminhos da memória, e esse pensamento é para mim um consolo, porque nos consolamos com nada quando não temos mais nada, e até mesmo ter visto naquela cozinha aquela blusa esfarrapada que não recolhi foi para mim um estranho, gélido, desolado consolo."
nossa, gabi, que trecho LINDO. "Enquanto eu vivia ou via esses instantes ou esses lugares, eles tinham um esplendor extraordinário, mas por eu saber que me dedicaria a recordá-los.". muito obrigada! fiquei imediatamente com vontade de ler tudo.
eu só li um livro da natalia, o léxico familiar, e não gostei tanto na época. mas esse livro vou tentar e de repente seja uma experiência nova com a autora - que é muuuito incrivel. <3
Ele é bem diferente de Léxico familiar, vale dar uma chance
Ótimo texto! Queria dizer que amo sua curadoria de tweets, são um plus a mais em cada news.
amo plus a mais ahahaha <3
brigada demais e volte sempre por aqui!
Adorei essa reflexão do tempo. Eu sinto também que o tempo, que virou um só durante a quarentena, se mantém num lugar só. O tal do presentismo, um excesso de presente que tem nos adoecido. Concordo sobre essa falta de futuro. Eu que sempre olhei pra ele, tenho deixado de vê-lo há tempos, o que me causa uma gastura.
Adorei a ideia dos cursos. Eu tenho feito alguns, mas infelizmente os que eu mais gostaria de fazer são em horários impraticáveis aqui e eu acho sem graça “assistir gravado depois”.
Beijos
nossa, exatamente. no texto esqueci de comentar sobre pandemia, e de fato acho que ela foi um fenômeno que agravou muito nossa relação com o tempo. porque ele continua igual, até onde sabemos hehehe, mas a relação ficou totalmente bugada - e como é frustrante às vezes não saber navegar no tempo. não sei se é uma particularidade da nossa geração ou se outras épocas já enfrentaram isso. mas o presentismo anda sufocante. daí a tentativa de fazer alguns cursos que não tenham a ver diretamente com trabalho ou com desenvolvimento, mas que me deem a sensação de um presente mais rico, mais reflexivo, mais vivido, com coisas que me geram mais significados <3
aaaaaaaaaa quem mandou termos '' consciencia '' da passagem do tempo? assim vivemos aflitos achando que algo nos escapa quando nao existe tal pretensão... amei <3
é uma das grandes sensações compartilhadas hoje por quem tem redes sociais, né. esse sentimento de estar perdendo algo, de deixar algo escapar, lamentando que sempre é tudo tão efêmero. e nessa preocupação a gente acaba realmente aproveitando pouco as coisas, às vezes. meu deus, como a gente complica tudooo ahahaha <3
Não sei se captei tudo, só sei que gostei.
Pare o mundo que eu quero descer feelings.
Ahahaha adoro
Fiquei meio filosófica esses dias, aí deixei rolar - não sei se tudo faz sentido, apenas aceitei o fluxo
Boa!
Que felicidade ter inspirado você no texto desta semana!
Eu ameeeei aquela frase e é 100% meu sentimento, esse excesso de querer inspirar está deixando algumas redes e pessoas chatissimasss
amei a seção cursos aleatórios bem livres e fiquei inspirado a procurar uns pra mim