#85. estamos condenados ao presente infinito? todo mundo na correria, mas sem sair do lugar. como formar nossas memórias? revelado: para onde vai o money de assinaturas. livros & links.
Como você joga essa indicação-bomba sobre pássaros assim? As lágrimas rolaram aqui instantaneamente ao ler os dois parágrafos sobre os pássaros que não cantam mais. Estava com a minha filha na sala e ela disse "nem lê em voz alta que nem quero saber, você tá vermelha!" Rsrsrs :/
Achava que só eu vivia essa sensação de presente contínuo, expandindo rsrs. Atribuía a minha pouca capacidade de reter informação/memória ao stress e etc.
O texto da semana passada e este são exatamente o que sinto colocados em palavras exatas.
O seu comentário sobre a incapacidade de criar memórias me lembrou de um trecho de Caro Michele, da Natalia Ginzburg:
"Os rapazes de hoje não têm memória e, sobretudo, não a cultivam, e você sabe que Michele também não tinha memória, ou melhor, não se convencia jamais a absorvê-la e a cultivá-la. Entre os que cultivam as lembranças talvez ainda estejamos você, sua mãe e eu, você por temperamento, eu e sua mãe por temperamento e porque na nossa vida atual não há nada que valha os lugares e os instantes encontrados durante o percurso. Enquanto eu vivia ou via esses instantes ou esses lugares, eles tinham um esplendor extraordinário, mas por eu saber que me dedicaria a recordá-los. Sempre me magoou profundamente que Michele não quisesse ou não pudesse conhecer esse esplendor, e seguisse adiante sem jamais virar a cabeça para trás. Porém, creio que, sem saber, ele contemplasse esse esplendor dentro de mim. E muitas vezes pensei que (...) talvez ele tenha conhecido e percorrido num relance todos os caminhos da memória, e esse pensamento é para mim um consolo, porque nos consolamos com nada quando não temos mais nada, e até mesmo ter visto naquela cozinha aquela blusa esfarrapada que não recolhi foi para mim um estranho, gélido, desolado consolo."
Adorei essa reflexão do tempo. Eu sinto também que o tempo, que virou um só durante a quarentena, se mantém num lugar só. O tal do presentismo, um excesso de presente que tem nos adoecido. Concordo sobre essa falta de futuro. Eu que sempre olhei pra ele, tenho deixado de vê-lo há tempos, o que me causa uma gastura.
Adorei a ideia dos cursos. Eu tenho feito alguns, mas infelizmente os que eu mais gostaria de fazer são em horários impraticáveis aqui e eu acho sem graça “assistir gravado depois”.
aaaaaaaaaa quem mandou termos '' consciencia '' da passagem do tempo? assim vivemos aflitos achando que algo nos escapa quando nao existe tal pretensão... amei <3
.presente
Como você joga essa indicação-bomba sobre pássaros assim? As lágrimas rolaram aqui instantaneamente ao ler os dois parágrafos sobre os pássaros que não cantam mais. Estava com a minha filha na sala e ela disse "nem lê em voz alta que nem quero saber, você tá vermelha!" Rsrsrs :/
Já quero muito ler esse livro de contos! Obrigada pela dica Lu
Achava que só eu vivia essa sensação de presente contínuo, expandindo rsrs. Atribuía a minha pouca capacidade de reter informação/memória ao stress e etc.
O texto da semana passada e este são exatamente o que sinto colocados em palavras exatas.
Me lembrei de Cazuza, "O tempo não para.."
Lucianaaa sua reflexão sobre o tempo me lembrou muito esse texto que li na pandemia e pirou meu cabeção, acho que vc vai gostar!!! https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/para-recuperar-o-tempo-e-o-corpos-perdidos/ amei sua news :*
O seu comentário sobre a incapacidade de criar memórias me lembrou de um trecho de Caro Michele, da Natalia Ginzburg:
"Os rapazes de hoje não têm memória e, sobretudo, não a cultivam, e você sabe que Michele também não tinha memória, ou melhor, não se convencia jamais a absorvê-la e a cultivá-la. Entre os que cultivam as lembranças talvez ainda estejamos você, sua mãe e eu, você por temperamento, eu e sua mãe por temperamento e porque na nossa vida atual não há nada que valha os lugares e os instantes encontrados durante o percurso. Enquanto eu vivia ou via esses instantes ou esses lugares, eles tinham um esplendor extraordinário, mas por eu saber que me dedicaria a recordá-los. Sempre me magoou profundamente que Michele não quisesse ou não pudesse conhecer esse esplendor, e seguisse adiante sem jamais virar a cabeça para trás. Porém, creio que, sem saber, ele contemplasse esse esplendor dentro de mim. E muitas vezes pensei que (...) talvez ele tenha conhecido e percorrido num relance todos os caminhos da memória, e esse pensamento é para mim um consolo, porque nos consolamos com nada quando não temos mais nada, e até mesmo ter visto naquela cozinha aquela blusa esfarrapada que não recolhi foi para mim um estranho, gélido, desolado consolo."
Ótimo texto! Queria dizer que amo sua curadoria de tweets, são um plus a mais em cada news.
Adorei essa reflexão do tempo. Eu sinto também que o tempo, que virou um só durante a quarentena, se mantém num lugar só. O tal do presentismo, um excesso de presente que tem nos adoecido. Concordo sobre essa falta de futuro. Eu que sempre olhei pra ele, tenho deixado de vê-lo há tempos, o que me causa uma gastura.
Adorei a ideia dos cursos. Eu tenho feito alguns, mas infelizmente os que eu mais gostaria de fazer são em horários impraticáveis aqui e eu acho sem graça “assistir gravado depois”.
Beijos
aaaaaaaaaa quem mandou termos '' consciencia '' da passagem do tempo? assim vivemos aflitos achando que algo nos escapa quando nao existe tal pretensão... amei <3
Não sei se captei tudo, só sei que gostei.
Pare o mundo que eu quero descer feelings.
Que felicidade ter inspirado você no texto desta semana!
amei a seção cursos aleatórios bem livres e fiquei inspirado a procurar uns pra mim