.vazia
#65. braincations. pavor de médico. cansei de me ferrar parte xviii. iron chef. a mulher rei. trends de capas de livros. vai, paulzinho.
oi sumidosmmm, tudo bem por aí? espero que sim, pois precisamos estar todes vives para o segundo turno, pulando tal qual nosso lula pipoca em cima do trio.
semana passada simplesmente não consegui escrever. fui invadida pela primeira vez desde que comecei a flowsmag por um vazio, ainda que estivesse transbordando de vontade de fazer minha news da semana. sentei um, dois, três dias em frente ao notebook. nada. ia por um caminho, pausava. tentava outro assunto, nada. fui ficando impaciente.
tudo me parecia meio monumental e exaustivo, antes mesmo de estar em processo.
então foi isso, um vazio e um cansaço antes de qualquer coisa.
era questão de tempo a minha mente parar.
e não foi o único resíduo que meu último burnout deixou.
as condições de temperatura até estavam normais quando se trata de sp, mas as de pressão não. as últimas duas ou três semanas foram de novas rotinas e uma peregrinação entre consultórios e exames, pra recuperar o tempo perdido e fazer mil checkups e também para descobrir de onde vinha uma pressão alta até então inédita.
fiz exames chatíssimos, incluindo o tal do mapa: um aparelho que fica com um controle preso na cintura, conectado por uma mangueirinha que vai por trás da cabeça e chega até o braço do lado oposto. ele toca um bip e faz medições da pressão a cada 15 minutos por 24 horas, inflando e apertando o braço mesmo enquanto se está dormindo. esse mapa com certeza é um dos exames admissionais para entrar no inferno.
engraçado é que, no momento da medição, eu tinha que parar qualquer coisa que eu estivesse fazendo de forma abrupta, como falar, comer, andar ou qualquer movimento. era meio paralisia do chaves, o que rendeu momentos anedóticos em público.
preciso dizer que sou uma pessoa apavorada com investigações médicas. um medo irracional de descobrir A VERDADE, LÁ BERDÁ. encontrar uma metástase no hemograma etc. são assim as piores histórias, em exames de rotina tudo pode acontecer.
só em marcar as consultas, já comecei a me sentir MOLINHA, cheia de pontadas misteriosas no corpo. vivia assustada e com medo (trêmula). quando chegavam os resultados, eu meio que lia tipo INDEFERIDO no vestibular, ou seja, a gente nunca sabe à primeira vista se é bom.
um exemplo foi o débito cardíaco. não vou saber explicar, mas o meu estava fora do parâmetro. pensei em desgraça, pois o pior está sempre no top of mind, mas o médico comentou que tava fora porque meu coração é tipo de atleta (plim) e não tenho hipertensão (eu tava quase colocando hipertensa em todas as minhas bios, assumindo minha nova consciência de classe lutando por nossos medicamentos na farmácia popular).
todo o meu problema basicamente estava na minha cabeça, resumindo. é muito louco como a gente consegue fabricar sintomas e doenças variados com o poder da mente. devo até entortar garfos se eu tentar. minha cabeça estava assim, ansiedade no ultimo volume. então entendi e acolhi meu esvaziamento da semana passada como algo necessário pra voltar à plenitude.
e pensando bem, meu medo de médicos não é só da doença em si.
primeiro que detesto pessoas tocando em mim, colocando um aparelho geladinho onde a gente menos espera;
e dar trabalho pras pessoas. precisar de alguém me dando banho ou comida. isso toca num lugar bastante problemático meu, que é não saber pedir nem aceitar ajuda. tenho melhorado, mas estou no caminho.
mas olha, tô num alívio. queria compartilhar esse momento com vocês PIPITAS. voltando a me cuidar e a me escutar. fazendo meus exames, marcando com o tio da persiana que adio há meses, voltando a ler. e comecei em um trabalho novo que também faz parte da minha nova era de aquário, a era das escolhas certas. muita mudança boa.
gente, cansei de me ferrar.
(girando)
querem me ver e me sentir?
estarei no evento o texto e o tempo no próximo dia 5 de novembro, falando sobre a volta do textão. vai ser um findi super especial com vários escritores CONSAGRADOS de newsletters trazendo muitas conversas, oficinas e muito mais. só vem!
TIURIA sobre capas de livros
sempre que vou a uma livraria gosto de procurar correspondências entre capas e o que trazem em comum.
ceo sexy
quando você começa, não para mais de ver. é uma energia de gel no cabelo, branquitude, paixões intensas e mulheres jovens maltratadas por homens poderosos. tenho certeza que o público é de mulheres super castas, saca.
cores fortes e formas orgânicas
sempre um lance pinceladas, prevalecendo especialmente tons queimados de vermelho, rosa e amarelo. acho que nunca estivemos em uma fase tão vibrante de capas, talvez pra serem instagramáveis ou tiktokáveis, ou para enfrentar a concorrência da atenção em sites e nas próprias livrarias.
apenas letras
título estourado em um fundo colorido e mais chapado, chamativo. o designer sobrecarregado tá aí, e a gente precisa falar sobre isso.
fase 70’s
a energia de edusp é forte em figuras geométricas repetidas ou super simplificadas, que trazem novamente um apelo mais coloridão pra rolar uma modernidade.
o que vocês gostam de assistir quando estão em coma no sofá?
filmes e séries geralmente não me relaxam, precisam sempre de algum esforço de compreensão - que não garanto mais após as 20h.
então para assistir a algo seguro sem riscos de polêmicas, amo programas de culinária. descobri o iron chef. comecei com brasil, depois méxico e agora um meio legends, todos netflix.
tem dias que quero ver um AR DE OURIÇO, VIEIRAS no ponto perfeito, GEL DE PITANGA NEGRA e muitas TUILLES. o iron chef méxico se destaca porque 30% dos ingredientes nunca ouvi falar, eles têm molhos maravilhosos e me orgulhei quando citaram tlayuda e eu já tinha comido.
abstraia a edição com foguinhos, rocks, mil cortes e referências caricatas ao japão, onde se originou a franquia. uma vez que se acostuma, não há nada melhor pra suas BRAINCATIONS (inventando categorias e perdendo milhões assim como minha ideia do Bari Lanches, servindo foccacias da região de bari, minha especialidade).
também curti the woman king, com viola davis majestosa como a general nanisca. o filme focaliza um exército de guerreiras que protegem o reino africano de daome e elas começam a lutar contra um novo inimigo estrangeiro que coloca em risco o povo e o modo de vida da comunidade e de todo o continente.
só achei problemático usar brasileiros como representantes dos povos que compravam os escravizados. por quê não portugueses ou ingleses? claro, brasileiros foram também, mas deveriam mostrar o colonizador como principal agente. miraram no sotaque certo (os brasileiros têm um sotaque português medonho) e acertavam no país errado.
agora é chegar aos 80 igual lula (quase) e paulzinho
Ameeeei a TIURIA sobre capas de livros!
hahaha eu dei um grito com o ceo sexy. obrigada por trazer leveza pra minha caixa de entrada nesses tempos tão difíceis <3