.seis perguntas para Gaía Passarelli
#17. entrevista luxuosa. marílias gabrielas. nasce uma corrente. revelações, tiros e martinis. histórias. indicações de news. 5 links. a pior dinâmica de rh. adele da vila.
o que o mundo das newsletters uniu, o homem não separa. foi nessas que conheci e já virei sister de gaía passarelli, que faz a tá todo mundo tentando, news-evento das sextas de manhã nas nossas inboxes. o quê, você não assina? onde você estava trancade? (se estava em isolamento social tá mais que perdoado, seguimos fortes).
surgiu então esse lindo movimento nosso de colaboração, entrevistas, olho no olho, nossas marílias gabrielas aflorando nessa conversa. tudo.
confira a seguir a entrevista-delícia com a gaía e, na news dela de hoje, você vai encontrar a minha, porque somos sincronizadas e modernas. a primeira pergunta dela inclusive é sobre fogo, pois comentei em algum email minha admiração por ela ter colocado fogo em papeis no passado - e sempre quis conhecer alguém que tenha colocado fogo nas coisas.
nasce uma corrente. amo.
seis perguntas para gaía passarelli de tá todo mundo tentando
flowsmag: Trocaria SP por uma vida no campo?
Gaía: Sim, muito. Melhor se fosse uma vida nas montanhas. Eu realmente espero que isso aconteça comigo um dia, não me enxergo envelhecendo em São Paulo. Pensei muito nisso durante a pandemia e entendi que tem que ser uma coisa pro futuro não muito imediato. Mas tem que ser perto de São Paulo também!
flowsmag: Você tem alguma habilidade aleatória ou talento que as pessoas jamais imaginariam e que pode revelar agora?
Gaía: Amiga, eu sei atirar com espingarda. Atiro bem direitinho, tenho mira boa e braço forte. Frequentei clube de tiro num período curto na vida, mas o ambiente é meio insalubre, né? E numa nota totalmente diferente, faço o melhor molho de tomates do mundo. E faço martinis muito bons também. Em resumo, eu sou uma pessoa boa pra convidar pra festas, almoços e revoluções armadas.
flowsmag: Se pudesse voltar a um dia importante na sua vida, qual seria?
Gaía: Eita, mas é pra escolher um só? O dia em que lancei o "Mas Você Vai Sozinha?" foi um dia muito feliz pra mim, pq celebrei algo importante cercada de pessoas que gosto muito, lembro de no dia ficar muito surpresa com a quantidade de gente que foi no lançamento – a fila ia pra fora da Livraria da Vila! Mas acho que vou escolher um dia ainda mais clichê, me perdoa? O primeiro dia de vida do meu filho, que nasceu muito saudável e forte depois de um parto longo e difícil. Eu poderia escolher qualquer um dos dias junto do meu filho, pq a companhia dele é a minha preferida na vida e nós fizemos muitas viagens, passeios e coisas legais, mas acho que esse primeiro dia juntos é simbólico dele, que já chegou no mundo tranquilo e feliz.
flowsmag: Tem alguma escritora ou escritor que você gostaria de ser por um dia?
Gaía: A Martha Gellhorn, que foi a maior correspondente de guerra do século passado, cobriu todos os grandes conflitos desde a Guerra de Inverno entre a Finlândia e a Rússia em 1939 até diversos conflitos na América Central nos anos 1980. Era uma mulher corajosa, inteligente, independente, além de ser uma tremenda escritora. Eu li quase tudo dela – empaquei um pouco no livro de correspondências entre ela e gente como a Eleanor Roosevelt e o H. G. Wells. Infelizmente a Gellhorn ficou conhecida como "a terceira esposa do Hemingay", o que é um completo absurdo. Tem um filme sobre a história deles, chama "Hemingway and Gellhorn" que é péssimo mas vale a pena pq é com o Clive Owen e a Nicole Kidman. Eu sou maluca por ela e posso falar sobre isso por dias.
flowsmag: Por quê criou sua newsletter Tá todo mundo tentando? Teve algo que surpreendeu você nesse percurso ou newsletter é um lance déjà vu?
Gaía: Então, a historinha é meio assim: o período em que eu fiquei trabalhando no BuzzFeed Brasil (entre 2019 e 2021) foi muito bacana em vários sentidos, mas também interrompeu um processo de dedicação à escrita no qual eu vinha investindo forte desde pelo menos 2015. Aí quando me vi desempregada, ou "buscando novos desafios profissionais", decidi fazer duas coisas: tirar um mês off pra limpar a cabeça, e publicar periodicamente as coisas que escrevo (eu já publicava no meu Medium, mas de forma bem irregular). Montar uma newsletter pareceu uma escolha óbvia, por questão de formato e por não depender de divulgação em redes sociais. Eu já tinha uma base legal de assinantes de uma newsletter anterior, e escolhi o Substack por causa da interface e facilidade de uso - o que, imagino, também é seu caso. O nome veio de um texto antigo meu, nunca publicado (tenho dezenas desses) sobre uma conversa durante um jantar. E é uma frase real, de uma amiga minha. Oq me surpreendeu nessa história, e segue me supreendendo até agora, é o tanto que as pessoas gostam, se identificam, escrevem de volta. E acho que tem uma coisa meio dejavu com newsletter msm, é um formato que está aí há mais de vinte anos mas que ficou muito ligado a "email marketing". Eu gosto dessa aposta do Substack (e do Revue tb) de levar a newsletter de volta para um lugar de conteúdo útil, que você realmente escolheu receber/ler.
flowsmag: Deixa uma dica de três newsletters legais, nunca te pedi nada
Gaía: Sim, pois não! Uma amiga recentemente estreou uma newsletter que acho que conversa um tanto com o TTMT, nesse sentido desabafos pessoais, vida real. Chama Dessa Vez Não Vou Mais, é da Priscila Mendes, com quem trabalhei no BuzzFeed há uns anos. Ela é *muito* talentosa e tem uma escrita ótima! Tenho acompanhado poucas newsletters de notícias (quem lê tanta notícia, né) mas uma que gosto bastante é o Giro Latino, que uma vez por semana traz um apanhadão do que está acontecendo na América Latina, país por país. E também quero indicar o Paulicéia, em que semanalmente eu entrevisto pessoas de São Paulo e falo um pouco sobre o que está acontecendo na cidade, com três (!) edições por semana. O Paulicéia estreou em fins de junho e acho que agora finalmente está começando a encontrar o formato e audiência, é um projeto que tem me dado muito prazer.
🔸links
o gênero cinematográfico do verão é o resort horror (que também chamo de wellness horror), diz a vulture (dica de gaía)
mas também temos o marriage horror, do qual a nova série da hbo cenas de um casamento é representante. aquele filme da scarlett com o adam driver que tem quase o mesmo nome também é super nessa linha. vi apenas o primeiro episódio disponível desse remake do clássico de ingmar berman (não vi o clássico) e me prendeu a atenção, embora eu fique super agoniada com climões e constrangimentos. vamos aguardando os desdobramentos, mas já prevejo que o casal vai levar a gente pra um buraco emocional fundo, bem fundo
por quê não celebrar o vestido da alexandria ocasio-cortez no último met gala. eu até havia celebrado, tipo um sopro de realidade naquele red carpet sem limite, mas pontos mega válidos aqui e a gente vive para repensar
tem a mesma lógica o texto excelente de winnie bueno sobre alianças performativas, todas as indignações e protestos branco-capitalistas que em nada alteram a estrutura do sistema. às vezes, pelo contrário
o pior kit de dinâmica de rh de todos os tempos
e a newsletter 17 saindo no dia 17? deus me livre hahahaha todos de vermelho no vão do masp bjs a gente se vê
sextou sambando devagar devagarinho com adele da vila