#13. precisamos ser produtores de conteúdo? desejo de parecer. professional influencer. 15 minutos de anonimato. em situação de barril. kiss my asset. se bartleby fizesse home office. filmes&séries.
Ah, e sobre essa merda de constante auto aperfeiçoamento, lembrei de um texto (crônica, talvez?) da Clarice Lispector.
Das Vantagens de Ser Bobo
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Melissaaaaa, que crônica perfeita, não conhecia! Sem palavras pra agradecer por esse presente. Fui correndo aqui no livro Todas as Crônicas (comprei numa maravilhosa promoção) e já marquei pra lembrar pra sempre. Clarice sempre perfeita, 'cirúrgica, como pode.
Gosto muito da defesa que ela faz do bobo, várias vezes me peguei em situações nas quais me recusei a ser 'esperta' e abri mão da malícia, da resposta pronta ou insisti em confiar, enquanto o mundo inteiro ordenava o contrário. Ainda que eu me lasque, a culpa não é minha por ter confiado.
E muitas vezes me finjo de boba exatamente pra conversar mais hahaha. Porque o esperto costuma encerrar a conversa com 'já sei' ou 'já vi'. Ainda que eu já saiba, ainda que eu tenha visto, finjo só pra escutar o que a pessoa tem a dizer sobre aquilo. ;)
sintetizando a autora: "talento para dar e vender e escrever", "melior mãe do melior pet", "melior trabalho de amor pós-vida-cigana", "criatividade never ends", "a rainha das ideia", "a jornalista dos sonhos", "decoradora do mundo", "melhores referências e links e dicas COM aquele molho de sarcasmo que a gente ama" (fico me perguntando de onde vem tudo isso de informação e pq essa news não existia antes?), "ex bolsista fapesp" (é um título considerável e raro hoje em dia), "doutora da beleza", "sanduiche de doutorado francês", amo essa news, apenas continue. to aqui te aplaudindo
apenas pare, mulher, que eu não sei LHE DAR com isso ahahahaha <3<3<3<3
puro amor pela senhora que ME GARANTIU A ESTADIA EM SP, jamais esquecerei que foi minha primeira entrevista aqui, eu tão ingênua e inocente. amo nosso encontro de coração!
'criatividade never ends' é maravilhoso, eu mesma não sei como e de onde saem as coisas. será algum tipo de incorporação
Como sempre, maravilhosa! Tenho pensado muito no assunto. Que preguiça ter que produzir conteúdo sobre meu trabalho. Ela já não é conteúdo?? Enfim, me lembro The Chair, nova série na Netflix. As mudanças de narrativa e ser refém eterno e ao mesmo tempo fugaz de seus erros em busca de uma narrativa "da moda".
Carol queridaaaa! <3 Que lindo te ver por aqui. Terminei ontem The Chair e fiquei tão aflita com os episódios finais, exatamente com isso de ser sequestrado por uma narrativa, por um contexto que foge totalmente ao controle.
Tenho uma preguiça danada sobre o 'saber se vender' e ficar criando narrativas em torno do trabalho. Às vezes existe algo legal, um projeto, algo que me orgulha, mas no mundo de hoje tudo virou uma grande encenação de parecer melhor, parecer colaborativo, tudo encaixado em alguma palavra da moda - toda a experiência maravilhosa é achatada em palavras como accountability. Que mundo é esse.
Eu vivo me inscrevendo em cursos de escrita, sem nunca escrever realmente nada. Agora estou fazendo o da Aline Valek e quem sabe não nasça mais uma newsletter por aí. Rs. Mas é mais provável que não.
Acho que elegi a escrita como forma de tentar me expressar por ler muito e achar que não tenho aptidão pra outras criações como artes manuais, música ou seja lá o que for.
Acontece que no fundo, nunca acho que eu tenha algo realmente a dizer ou uma história pra contar.
E aí me conformo que posso apenas fruir a criação das outras pessoas, como sua newsletter =)
Mas sempre me sinto num conflito entre tentar fazer algo pra satisfazer meu eguinho ou continuar na inércia, mas me sentindo frustrada por não criar nada (não quero ter filhos, nem cuidar de plantas. rs)
Apaguei meu instagram com a desculpa de que estava roubando meu tempo, mas talvez fosse só ressentimento por não conseguir me mostrar "autenticamente" nos stories como geral.
Parabéns por sua escrita, adoro demais e sempre me vejo nas questões que você traz =)
Oi, Ana! Que bom você por aqui! Eu pensei, repensei, despensei mil vezes sobre fazer newsletter. Tava nessas de fruição, pra mim é mega válido. Mas depois de algumas poucas edições já posso falar que uma das melhores coisas são as conversas que cada uma das news traz. Um monte de gente legal e improvável dá uma passada, comenta, manda um email quando quer. Adoro alguns pequenos diálogos com pessoas conhecidas e desconhecidas que vão surgindo. Só por isso já pode valer a pena, pelo menos testar e ver qual é. É de graça, você pode fazer com pseudônimo (pensei em criar, porque vai que eu era humilhada ahahaha), o tamanho do texto e a periodicidade são livres.
Pessoalmente não me comprometo com nada, só publico temas muito aleatórios. Tem sido bom especialmente pelo exercício (e aí a escrita vai ficando mais fácil conforme a gente pratica) e pela sensação de dedicar um tempinho pra mim e não pro capitalismo <3
Se fizer, me avisa pra eu assinar! Vejo que tem uma galera bem boa fazendo esse curso da Aline, né. Beijos e brigaaaaada pelo comentário! Eu demoro mas respondo tudinho kkk
Já falei mais vou repetir: sua newsletter é demais, gosto muito. É um dos poucos conteúdos que eu ainda tenho vontade de acompanhar, justamente porque é original.
Não pare de escrever. Ou pare, mas não sem antes virar minha amiga. hahaha
Eu estou cansada das redes sociais — todas, sem exceção. Eu gosto de conteúdo bem feito, sou viúva do Google Reader e detesto as dancinhas e trilhas sonoras da moda. Realmente parece que estamos num constante dejavú enquanto rolamos o feed.
Estou fazendo uma transição de carreira. Sou designer / gerente de projetos / social media (tudo junto e agora) e vou começar a estudar gastronomia. Sabe o que eu mais ouço? "Faça um Instagram! Coloque conteúdo no Tik Tok! Monetize isso!". E eu não quero. Eu só quero aprender, curtir o momento e no máximo relatar isso num blog (ou numa newsletter), sabe?
Outra coisa que me incomoda muito é: eu ainda vou aprender um monte de coisas. Como vou falar/ensinar sobre o que eu não tenho domínio ainda?
Ai, Melissa, que bom ler isso! Eu aceito TUDO, a amizade, as indicações de crônicas, qualquer email e comentário. Amo essas conversas nada a ver que a gente vai tendo, esses encontros, essa ENERGIA DO RANDÔMICO que nos alimenta. Essa falta de compromisso. Porque é cansativo demais o que as redes e as pessoas nos cobram, a própria palavra 'engajamento' me dá um bode. Porque não quero engajar, quero ocasionalmente ver alguma coisa, dar like realmente se eu gostar.
Que tudooo sua transição! Nossa, admiro muito. Um dos meus sonhos é abrir uma lojinha de focaccia e conseguir pagar todas as minhas contas ahahahah. Torcendo muito por você, porque gastronomia é um sonho e também é algo que envolve muito trabalho, muita pesquisa, muita tentativa e erro. Mas o que mais gosto, do pouco que sei sobre cozinha, é que ela tem um tempo próprio. O pão não vai fermentar mais rápido pra ser postado, é tudo muito indiferente dessa velocidade que o mundo inventou. Adoro a indiferença que a comida tem em relação ao que se passa fora dela. Poderoso demais. Tá certissima em curtir o momento - que é totalmente diferente de postar que está curtindo o momento.
Ah, e sobre essa merda de constante auto aperfeiçoamento, lembrei de um texto (crônica, talvez?) da Clarice Lispector.
Das Vantagens de Ser Bobo
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Melissaaaaa, que crônica perfeita, não conhecia! Sem palavras pra agradecer por esse presente. Fui correndo aqui no livro Todas as Crônicas (comprei numa maravilhosa promoção) e já marquei pra lembrar pra sempre. Clarice sempre perfeita, 'cirúrgica, como pode.
Gosto muito da defesa que ela faz do bobo, várias vezes me peguei em situações nas quais me recusei a ser 'esperta' e abri mão da malícia, da resposta pronta ou insisti em confiar, enquanto o mundo inteiro ordenava o contrário. Ainda que eu me lasque, a culpa não é minha por ter confiado.
E muitas vezes me finjo de boba exatamente pra conversar mais hahaha. Porque o esperto costuma encerrar a conversa com 'já sei' ou 'já vi'. Ainda que eu já saiba, ainda que eu tenha visto, finjo só pra escutar o que a pessoa tem a dizer sobre aquilo. ;)
sintetizando a autora: "talento para dar e vender e escrever", "melior mãe do melior pet", "melior trabalho de amor pós-vida-cigana", "criatividade never ends", "a rainha das ideia", "a jornalista dos sonhos", "decoradora do mundo", "melhores referências e links e dicas COM aquele molho de sarcasmo que a gente ama" (fico me perguntando de onde vem tudo isso de informação e pq essa news não existia antes?), "ex bolsista fapesp" (é um título considerável e raro hoje em dia), "doutora da beleza", "sanduiche de doutorado francês", amo essa news, apenas continue. to aqui te aplaudindo
ahahahaha liiiiii
apenas pare, mulher, que eu não sei LHE DAR com isso ahahahaha <3<3<3<3
puro amor pela senhora que ME GARANTIU A ESTADIA EM SP, jamais esquecerei que foi minha primeira entrevista aqui, eu tão ingênua e inocente. amo nosso encontro de coração!
'criatividade never ends' é maravilhoso, eu mesma não sei como e de onde saem as coisas. será algum tipo de incorporação
Como sempre, maravilhosa! Tenho pensado muito no assunto. Que preguiça ter que produzir conteúdo sobre meu trabalho. Ela já não é conteúdo?? Enfim, me lembro The Chair, nova série na Netflix. As mudanças de narrativa e ser refém eterno e ao mesmo tempo fugaz de seus erros em busca de uma narrativa "da moda".
Carol queridaaaa! <3 Que lindo te ver por aqui. Terminei ontem The Chair e fiquei tão aflita com os episódios finais, exatamente com isso de ser sequestrado por uma narrativa, por um contexto que foge totalmente ao controle.
Tenho uma preguiça danada sobre o 'saber se vender' e ficar criando narrativas em torno do trabalho. Às vezes existe algo legal, um projeto, algo que me orgulha, mas no mundo de hoje tudo virou uma grande encenação de parecer melhor, parecer colaborativo, tudo encaixado em alguma palavra da moda - toda a experiência maravilhosa é achatada em palavras como accountability. Que mundo é esse.
Eu vivo me inscrevendo em cursos de escrita, sem nunca escrever realmente nada. Agora estou fazendo o da Aline Valek e quem sabe não nasça mais uma newsletter por aí. Rs. Mas é mais provável que não.
Acho que elegi a escrita como forma de tentar me expressar por ler muito e achar que não tenho aptidão pra outras criações como artes manuais, música ou seja lá o que for.
Acontece que no fundo, nunca acho que eu tenha algo realmente a dizer ou uma história pra contar.
E aí me conformo que posso apenas fruir a criação das outras pessoas, como sua newsletter =)
Mas sempre me sinto num conflito entre tentar fazer algo pra satisfazer meu eguinho ou continuar na inércia, mas me sentindo frustrada por não criar nada (não quero ter filhos, nem cuidar de plantas. rs)
Apaguei meu instagram com a desculpa de que estava roubando meu tempo, mas talvez fosse só ressentimento por não conseguir me mostrar "autenticamente" nos stories como geral.
Parabéns por sua escrita, adoro demais e sempre me vejo nas questões que você traz =)
Oi, Ana! Que bom você por aqui! Eu pensei, repensei, despensei mil vezes sobre fazer newsletter. Tava nessas de fruição, pra mim é mega válido. Mas depois de algumas poucas edições já posso falar que uma das melhores coisas são as conversas que cada uma das news traz. Um monte de gente legal e improvável dá uma passada, comenta, manda um email quando quer. Adoro alguns pequenos diálogos com pessoas conhecidas e desconhecidas que vão surgindo. Só por isso já pode valer a pena, pelo menos testar e ver qual é. É de graça, você pode fazer com pseudônimo (pensei em criar, porque vai que eu era humilhada ahahaha), o tamanho do texto e a periodicidade são livres.
Pessoalmente não me comprometo com nada, só publico temas muito aleatórios. Tem sido bom especialmente pelo exercício (e aí a escrita vai ficando mais fácil conforme a gente pratica) e pela sensação de dedicar um tempinho pra mim e não pro capitalismo <3
Se fizer, me avisa pra eu assinar! Vejo que tem uma galera bem boa fazendo esse curso da Aline, né. Beijos e brigaaaaada pelo comentário! Eu demoro mas respondo tudinho kkk
ANTENADA. adoro seus textos.
Amo apenas uma palavra, minha luta é por essa síntese hahahaha
Brigada pelo coment! Apareça sempreee
Já falei mais vou repetir: sua newsletter é demais, gosto muito. É um dos poucos conteúdos que eu ainda tenho vontade de acompanhar, justamente porque é original.
Não pare de escrever. Ou pare, mas não sem antes virar minha amiga. hahaha
Eu estou cansada das redes sociais — todas, sem exceção. Eu gosto de conteúdo bem feito, sou viúva do Google Reader e detesto as dancinhas e trilhas sonoras da moda. Realmente parece que estamos num constante dejavú enquanto rolamos o feed.
Estou fazendo uma transição de carreira. Sou designer / gerente de projetos / social media (tudo junto e agora) e vou começar a estudar gastronomia. Sabe o que eu mais ouço? "Faça um Instagram! Coloque conteúdo no Tik Tok! Monetize isso!". E eu não quero. Eu só quero aprender, curtir o momento e no máximo relatar isso num blog (ou numa newsletter), sabe?
Outra coisa que me incomoda muito é: eu ainda vou aprender um monte de coisas. Como vou falar/ensinar sobre o que eu não tenho domínio ainda?
Enfim! Beijos!
Ai, Melissa, que bom ler isso! Eu aceito TUDO, a amizade, as indicações de crônicas, qualquer email e comentário. Amo essas conversas nada a ver que a gente vai tendo, esses encontros, essa ENERGIA DO RANDÔMICO que nos alimenta. Essa falta de compromisso. Porque é cansativo demais o que as redes e as pessoas nos cobram, a própria palavra 'engajamento' me dá um bode. Porque não quero engajar, quero ocasionalmente ver alguma coisa, dar like realmente se eu gostar.
Que tudooo sua transição! Nossa, admiro muito. Um dos meus sonhos é abrir uma lojinha de focaccia e conseguir pagar todas as minhas contas ahahahah. Torcendo muito por você, porque gastronomia é um sonho e também é algo que envolve muito trabalho, muita pesquisa, muita tentativa e erro. Mas o que mais gosto, do pouco que sei sobre cozinha, é que ela tem um tempo próprio. O pão não vai fermentar mais rápido pra ser postado, é tudo muito indiferente dessa velocidade que o mundo inventou. Adoro a indiferença que a comida tem em relação ao que se passa fora dela. Poderoso demais. Tá certissima em curtir o momento - que é totalmente diferente de postar que está curtindo o momento.
Beijos e apareça sempreee
O que flows magazine uniu ninguém separa
sua newsletter é um esquema de pirâmide, lendo uma e abro mais 3 textos e assim por diante!!!