.cinquenta
#26. livros lidos em 2021. meu jeitinho de ler. flows booker prize. correntes que arrastei. writers doing normal shit. explicações necessárias sobre a flowsmag & my life. sabadou.
cinquenta não é minha idade, enganei todos hahaha.
essa news é sobre livros.
em 2019, li 14 livros. em 2020, foram 47.
então em 2021 gostaria de um bom número redondo, coloquei na cabeça que conseguiria 50. e até que rolou. estou terminando o último da lista até o finalzinho do mês e de repente até dá para encaixar um 51, uma boa ideia (risos).
claro, é um número grande, nem vim aqui me gabar. mas tem um orgulhinho de ter conseguido em um ano tão difícil e considerando os 4 anos de seca que sucederam o doutorado e transformaram minha relação com a leitura. parei de ler completamente depois da defesa, um bloqueio horroroso, não conseguir nem ver um livro que me dava uns gatilhos loucos. vida acadêmica gera traumas, como todos sabemos.
meu jeitinho de ler
todos precisamos de um, cada um tem o seu. no meu jeitinho de ler, uma coisa muito legal desse ano foi que equilibrei bem a leitura no papel e no kindle (amo os dois, podemos ter tudo, sem as disputas incentivadas pelos algoritmos). e certamente foi o ano em que li mais autoras mulheres, latino-americanas e asiáticas.
não planejo muito bem minhas leituras e muito menos ficho ou anoto coisas enquanto leio (porque fichamento é um mega gatilho acadêmico ahahaha). gosto de colocar adesivinhos da daiso marcando páginas. e combino os adesivinhos sempre que possível com a cor da capa do livro, isso tranquiliza demais a vida, mas quando eu quiser parar eu paro.
vou encadeando algum lançamento que me interessa com algum outro que vai surgindo pelo caminho. tem muito rolê aleatório. coisas que pego pra ler e falo: ok, vou seguir - o que muda totalmente o rumo do próximo livro. então raramente cumpro o que planejei, o que é ótimo, porque a vida é curta pra gente se preocupar em organizar até isso.
tento intercalar livros super grandes com outros menores e temas leves com pesados, senão ninguém aguenta. por isso que nessa lista tem uns livros bem banais, às vezes. mantive aqui na ordem da leitura do ano, então até ri de algumas sequências e do puro contraste que há.
descobri também que meu melhor horário pra ler é entre 6h e 7h30 da manhã, acho incrível acordar com alguma história, depois tomar um café e então seguir para minha rodinha de hamster.
foi uma das coisas positivas do ano, encontrar esse tempo pra mim e fazer dele o que eu quisesse, descobrindo umas histórias e uns escritores que amei; ou me dando o luxo de seguir adiante em livros que eu tava detestando, só pelo prazer de chegar ao fim para detestá-los com embasamento. my way.
Leiturinhas de 2021
Água doce, Akwaeke Emezi
Blecaute, Marcelo Rubens Paiva
Diário do ano da peste, Daniel Defoe
Pachinko, Min Jin Lee
Léxico Familiar, Natalia Ginzburg
O amor é fogo, Nora Ephron
O Senhor das Moscas, William Golding
Um Apartamento em Urano: Crônicas da travessia, Paul B. Preciado
A cidade solitária: aventuras na arte de estar sozinho, Olivia Laing
Niketche: uma história de poligamia, Paulina Chiziane
A Visão das Plantas, Djaimilia Pereira de Almeida
O crime do Cais do Valongo, Eliana Alves Cruz
Lupa da Alma: Quarentena-revelação, Maria Homem
Sono, Haruki Murakami
A boneca de Kokoschka, Afonso Cruz
Las voladoras, Mónica Ojeda
Nordestino: Invenção Do 'Falo', Durval Albuquerque Junior
Os tais caquinhos, Natércia Pontes
Psicopolítica, Byung Chul-Han
Silêncio: Na era do ruído, Erling Kagge
Homens Elegantes, Samir Machado de Machado
A paixão segundo G.H., Clarice Lispector
Corpos Secos, de Luisa Geisler, Marcelo Ferroni, Natalia Borges Polesso e Samir Machado de Machado
Uma Verdade Indigesta: Como a Indústria Alimentícia Manipula a Ciência do que Comemos, Marion Nestle
Atos humanos, Han Kang
A polícia da memória, Yoko Ogawa
Paris é para sempre, Ellen Feldman
Rinha de Galos, María Fernanda Ampuero
Baixo Esplendor, Marçal Aquino
Tudo é rio, Carla Madeira
A barata, Ian McEwan
O Jardim dos Finzi-contini, Giorgio Bassani
Gótico Mexicano, Silvia Moreno-Garcia
As meninas, Lygia Fagundes Telles
Bartleby, o escrivão, Herman Melville
Vista chinesa, de Tatiana Salem Levy
Nossa Parte da Noite, Mariana Enriquez
Querida konbini, Sayaka Murata
Redemoinho em dia quente, Jarid Arraes
O Casamento, de Nelson Rodrigues
As últimas testemunhas: Crianças na Segunda Guerra Mundial, Svetlana Aleksiévitch
Copo Vazio, Natalia Timerman
A Porta, Magda Szabó
A pediatra, Andréa del Fuego
O Ar Que Me Falta: História De Uma Curta Infância E De Uma Longa Depressão, Luiz Schwarz
Véspera, Carla Madeira
As inseparáveis, Simone de Beauvoir
Terráqueos, Sayaka Murata
Kentukis, Samantha Schweblin
Lina Bo Bardi: O que eu queria era ter história, Zeuler R. Lima.
Flows Booker Prize 2021: júri composto de uma pessoa
Pachinko, Min Jin Lee
Querida konbini, Sayaka Murata
A polícia da memória, Yoko Ogawa
A cidade solitária: aventuras na arte de estar sozinho, Olivia Laing
A pediatra, Andréa del Fuego
Um Apartamento em Urano: Crônicas da travessia, Paul B. Preciado
Silêncio: Na era do ruído, Erling Kagge
Redemoinho em dia quente, Jarid Arraes
Sono, Haruki Murakami
As últimas testemunhas: Crianças na Segunda Guerra Mundial, Svetlana Aleksiévitch
Las voladoras, Mónica Ojeda
A paixão segundo G.H., Clarice Lispector
Nordestino: Invenção Do 'Falo', Durval Albuquerque Junior
Homens Elegantes, Samir Machado de Machado
Tudo é rio, Carla Madeira
As inseparáveis, Simone de Beauvoir
Bartleby, o escrivão, Herman Melville
Terráqueos, Sayaka Murata
Correntes que arrastei em 2021
Diário do ano da peste, Daniel Defoe
A boneca de Kokoschka, Afonso Cruz
O Jardim dos Finzi-contini, Giorgio Bassani
Léxico Familiar, Natalia Ginzburg
Kentukis, Samantha Schweblin
Nossa Parte da Noite, Mariana Enriquez
Copo Vazio, Natalia Timerman
Vista chinesa, de Tatiana Salem Levy
Vale destacar, claro, que fiquei meio bugada em ver que várias correntes que arrastei foram aclamadas pelo público e pela crítica.
Sempre fico pensando: nossa, será que fui insensível ou não entendi a obra? Claro, é só uma opinião mesmo, às vezes o livro não chega até a gente no nosso melhor momento para aquela história, né. Mas o fato é que esses foram bemmm difíceis de seguir com a leitura, por motivos variados. A maioria achei desinteressantes.
No fim das contas, faltou taaaaaanto livro legal nessa lista, se eu pudesse teria lido o dobro. Mas 2022 está logo ali.
Links
boa matéria da New Yorker que se pergunta se a Amazon está mudando o romance. Desde a escrita dos livros, até a forma como são publicados, a própria revolução cultural do kindle e, claro, como os algoritmos nos oferecem o que já gostamos ou tentam categorizar os temas e preferências
comentário sobre o que é realismo capitalista, com base no livro que saiu do mark fisher
gosto do perfil Writers Doing Normal Shit. ultimamente as fotos não têm sido tão boas, mas vale a pena ver. adoro por exemplo essa da Zadie Smith:
explicações
evidentemente devo satisfações ao nosso clubinho de leitores FLOWSERS sinceros e maravilhosos que não me abandonaram. e agradeço de coração a quem continua por aqui :)
eu poderia ter feito um recesso, anunciado uma pausa para repensar, essas coisas, mas acabei não aceitando assumir minha derrota de não conseguir tirar uma hora na semana (na verdade um pouquito mais hehe) para escrever a Flowsmag semanal de cada dia. e fui deixando, por três semanas, de conseguir escrever. e para voltar depois de um tempo é sempre mais difícil.
estive-estou em um momento de muito, muito trabalho. todo dia ocorre uma pequena avalanche ou um pequeno inferno na minha vida, vou intercalando entre avalanches e infernos até chegar morta no sábado e preciso ficar lutando para pelo menos tirar minha uma hora de almoço nos dias úteis. um monte de outras coisas pessoais desisti de tentar fazer. tá bem horrível, sendo bem sincera. eu sei que tenho-que-uma-série-de-coisas, podemos pular essa parte.
quando fui me vendo sem tempo sequer de fazer a news (tempo para conversar com vocês pelos comentários virou um luxo, mas espero logo conseguir retomar e responder as coisas maravilhosas que vocês deixam), fui ficando mais e mais triste.
não me sinto deprimida,
mas fico sempre à espera do próximo burnout.então nessa semana pensei: não, espera.
a dessa semana vai sair sim.
e saiu.
meio chocha, meio simples, uma grande lista.
com um dia de atraso, mas foi.
(que merda, né, a gente dá uns enter qualquer no texto e ele fica imediatamente parecendo poema da nova geração hipster ahahaha abafa)
tô cansada de viver os memes das bonecas trouxas basicamente.
vou continuar escrevendo semanalmente e espero conseguir na próxima publicar a news no dia e horário bonitinhos de sempre, às sextas de manhã. torçam por mim. escrever aqui é muito meu momento de alegria, então nos dias mais chatos eu preferi não fazer, senão isso aqui perderia todo o sentido e viraria mais uma obrigação.
e é isso. com as rodinhas de hamsters que me jogam eu construo um playground e um castelo.
e sabadou fervidíssima com Anaïs Nin e sua cachaça artesanal
Olá Luciana. Primeira vez que escrevo por aqui e para você. Sua última newsletter me fez tão bem (inspirando fundo aqui). Provavelmente pelo tema ser algo que goste demais. Acho que é isso. Foi gostoso demais. Só para você saber que teu texto melhorou demais meu final de semana - e até agora to aqui, viajando nele :)
Lu (já me sentindo íntima. rs), sua newsletter foi uma das melhores coisas que a internet me trouxe essa ano! Adoro seus textos, observações e senso de humor. Não se obrigue a nada, mas volte sempre que puder e quiser, estaremos por aqui. Feliz Natal e que 2022 seja um ano melhor pra todos nós (com a derrota do biroliro e o fim da pandemia, peloamordadeusa). Bjos grandes